O Rappa e o que sobrou do céu ?
- Por: Anderson Muniz
- 23 de abr. de 2020
- 2 min de leitura
A letra que vou análisar aqui é "O que sobrou do céu". O vídeo mostra a realidade das pessoas que moram na favela e rebate o fato de os políticos/classes mais altas da sociedade/mídia, esconderem, fazerem pouco caso disso, e as vezes, nem conhecer. No enredo o homem trabalhador é forçado a participar de um sequestro ( o que simboliza a situação que muitos passam, onde são praticamente forçados a entrar para o crime pelas circunstâncias, tendo que escolher entre isso ou a fome, miséria ou morte).
O sequestrado é um homem rico, empresário ou político, que a partir do acontecimento é obrigado a sentir na pele a dura vida dos menos favorecidos. O mesmo percebe que apesar de toda pobreza, eles demonstram gestos de bondade, união e amor. Quando a polícia chega para liberar o homem de gravata, afastando os sequestradores e enquadrando o trabalhador, que cuidou do "magnata" com gestos de gentileza, o engravatado leva em consideração tudo o que vivenciou, a realidade que a TV não mostra, o amor que existe nas comunidades, e finge não reconhece-lo. Assim, deixando-o livre para seguir sua vida, como mais um homem pobre, que luta para manter sua família, carregando sua cruz (O suporte para os produtos que vende simboliza uma cruz).
LETRA:
"Faltou luz, mas era dia, o sol invadiu a sala. Fez da TV um espelho refletindo o que a gente esquecia." (Sem luz elétrica, porém a do sol iluminava, representando uma visão da realidade. Por não ter energia elétrica, não havia como ligar a TV, e suas mentiras ficaram apagadas, tornando sua tela de vidro um espelho, onde podia-se ver a verdade ocultada pela mídia, a vida que levam os pobres e que os programas de TV escondem, deixando isso claro também para o "homem de gravata" do clipe.)
"O som das crianças brincando nas ruas. Como se fosse um quintal." (As crianças por não terem como ver TV, foram brincar)
. "A cerveja gelada na esquina Como se espantasse o mal" (Os adultos, também por não ter energia, saíram das casas e foram se divertir. Saíram para beber algo, deixando os problemas, compromissos e tecnologias de lado, tirando um dia de folga da vida estressante! )
"O chá pra curar esta azia. Um bom chá pra curar esta azia. Todas as ciências de baixa tecnologia. Todas as cores escondidas nas nuvens da rotina." (O chá representa as ciências populares, as coisas naturais, o senso comum, e a vida sem tanta tecnologia, simples, que apesar de simples, é o suficiente para curar a azia que consome o homem moderno, o estresse, a alienação proporcionada pelos meios de telecomunicação.
A falta de acesso a tecnologias, proporcionou ver as belezas da vida que deixamos passar, as coisas simples porém de imenso valor, os momentos que não aproveitamos e deixamos escondidos nas nuvens da rotina!)
"Pra gente ver... por entre prédios e nós... Pra gente ver... o que sobrou do céu... o lá lá."
-Muitas vezes somos movidos pela rotina e esquecemos o que tem além dos prédios e a nossa volta. Nos desligando dos aparelhos que nos prendem em um mundo de ilusão e mentiras, podemos ver o que sobrou do céu entre as construções da modernidade, o amor do mundo, a beleza da vida.
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